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Memórias Póstumas de Brás Cubas - Machado de Assis

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A história de Brás Cubas é narrada pelo próprio após sua morte, ele era, portanto, não um autor defunto, mas um defunto autor. Assim, o primeiro capítulo já começa com a morte de Brás e seu enterro. A causa de sua morte teria sido uma pneumonia, que ele não cuidou corretamente. Entretanto, sua morte de fato deve-se a uma idéia, segundo ele, grandiosa e útil, uma idéia que se transformou em fixação. Um dia de manhã, caminhando pela chácara onde vivia, pensou em inventar um medicamento sublime, um emplasto anti-hipocondríaco, destinado a aliviar a melancólica humanidade. Para justificar a criação de tal emplasto frente às autoridades, Brás chamou a atenção de que a cura que traria seria algo verdadeiramente cristão, além de não negar as vantagens financeiras que o tal produto traria. Contudo, já morto, confessa que o real motivo era ver seu nome escrito nas caixinhas do medicamento e em todas as fontes publicitárias, pois as embalagens levariam seu nome. Brás Cubas nasceu no dia 20 de

Sonho de um Desejo

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   S obre o meu corpo, o teu corpo eu desejo. Tenho fome da tua pele, sede dos teus beijos, e das tuas mãos e dedos sobre meus espaços onde as minhas mãos procuram e exploram cada centímetro de ti sem dó ou piedade...    Duas bocas indomáveis que se beijam e que se mordem, e que sugam prazeres. Numa loucura de corpos suados que queimam... No prazer que faz gemer na agonia de se dar. E eu te possuo desesperada, como quem tem medo de te deixar... Como se pudesse te perder junto com meu ar. Eu te busco, eu te chamo e eu te desejo sempre mais...    Sinto a força dos teus braços, de em tuas mãos possuidoras. Teu rosto sorrindo no meio desse vulcão que consome é espelho do meu.    Neste exato momento em que por segundos nos perdemos sem saber quem somos, e o que vamos fazer com o que resta de nós... Como quebra-cabeça incompleto, em seu encaixe perfeito, eu me vejo em êxtase, como embriagada pelo vinho. Tua carne dentro de mim, como está a tua alma, em um movimento oscilante marcando o tem

Assim contigo...

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"Já entrei contigo em comunicação tão forte que deixei de existir sendo. Tu tornas-te um eu. É tão difícil falar e dizer coisas que nunca podem ser ditas. É tão silencioso. Como traduzir o silêncio do encontro real, entre nós dois dificílimo contar: olhei pra você por uns instantes, tais momentos são meu segredo. Houve o que se chama de comunhão perfeita... Eu chamo isso de estado agudo de felicidade." Clarice Lispector Amor, após o amor feito, respire, e quando teu coração desacelerar e teus olhos cerrarem, eu te levarei para longe através do céu de espelho e nós nos veremos nas estrelas, e as veremos cair sobre os lençois de nuvens... Quando estou longe, a mil quilômetros de distância de ti, atravesso minhas noites solitária, acordada e pensando que apenas viver entre teus braços é o melhor coisa do mundo. Eu vou flutuando alto, paradinha em um balé imaginário de pernas trêmulas ao som da tua respiração, para cantar adeus ao mundo exterior numa longa noite com um amanh

Nova Velha Infância

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"O amor é cego, a amizade fecha os olhos." Blaise Pascal Andas de mal comigo... Que dizes de ficares, minha cara metade, comigo sentadinhos na praça? Dezenas de folhas na alma eu desfolho, e ainda brinco em pétalas de bem-me-quer-ou-mal-me-quer. No teu tédio, prometo que nem me mexo, fico quietinha do teu ladinho... Sabes que não gosto de te ver assim... Acho que se houvesse um botão para me eclipsar eu desapareceria mesmo. Feito a lua que nem deu as caras hoje. Dominarei o impulso dos assuntos e das piadas sem hora, esperarei e milhares de coisas me passarão pela cabeça. Acho que fiquei em apnéia uma série de tempo, esforcei-me para não explodir, portei-me bem. Os segundos do teu silêncio que me parecem uma eternidade mas resisto sem nada dizer. O silêncio ensurdecedor foi quebrado pelo toque bizarro desse meu celular. Ando naqueles dias difíceis do mês, em que mal dá pra brincar. Você logo percebe e logo rimos demais, enquanto damos mais um gole na coca-cola que

Estranha Carência

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"A felicidade é uma estação intermédia entre a carência e o excesso." Henrik Ibsen Olhando daqui donde estou, acompanhada como estou, vejo que não é preciso (nunca foi) gritar por Sua atenção. Parei de chorar para procurar ouvir a voz que me serviria de calmante. Não é necessário morrer para ouvir a voz de Deus. Agora eu sei. Todas as vezes que eu me jogava ás trevas aquela voz descia do céu á minha escura profundeza como uma corda enlaçada que resgata um animal de um poço lamacento. "E haja luz..." Talvez só por carência eu trilhasse ruas estranhas, eu sofria horas infindas, eu feria minha carne, eu cortava os pulsos só para te ouvir murmurar, gemer e susurrar o meu nome, bem baixinho, sem ira como se no fundo eu fosse mesmo irrepreensível, como eu tivesse mesmo a razão de ser assim. Eu me acalmava apenas ao som do teu suspiro pesado como um bebê se acalma ao ninar da mãe cansada de tentar fazê-lo adormecer. Talvez "Você" em algum instante da et